Tv, essa caixa que o povo possui em casa, é hora de almoço e somos confrontados com notícias que pouco ou nada nos agradam, notícias estas, que são escolhidas a dedo, tendenciosas, sensacionalistas. Ocupam-nos a mente com a crise económica, futebol, gravidez de Assunção Cristas (fenómeno este, que é natural nos seres do sexo feminino), ou certas catatuas da moda tenham tempo de antena por possuírem desejos materialistas. Que me interessa que o filho de william e Kate nasce em julho ou se o Cristiano Ronaldo foi multado por excesso de velocidade?
Portugal, este pequeno retângulo na cauda de uma Europa ou o que resta dela, é o quarto país na lista dos mais inovadores da europa dos 27. Hummm?! Porque é que só tomei conhecimento disto através da internet?!?
Parece-me que por estes dias, lutar por este belo país, terra de Fernando Pessoa, Camões, José Afonso, José Saramago, Manoel de Oliveira, Salgueiro Maia, Álvaro Cunhal, já não tem sabor. Aqueles que se tem, quando se fala nos valores de Abril, somos agora um bando de conformistas de sofá, deixamos que o ócio nos diga o que fazer.
Deixamos que certas organizações entrem por cá dentro (FMI, Troika) e digam onde, nós devemos ou não cortar, cortar o mal onde ele nasce, cultura, educação… manter o povo inculto, fazer dele um bando de galinhas, aquelas que se põem no galinheiro e que se usam só para retirar os ovos.
Quer-se um povo inculto, inerte, inócuo, para se ocupar apenas das futilidades que nos incutem.
“Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, (…) não me emprenhem mais pelos ouvidos caralho, (…)Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda!”
Não atravessamos uma crise económica, mas sim uma de valores.
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